Arruda (Ruta graveolens)
O que é?
A Arruda (Ruta graveolens) é uma planta perene semi-lenhosa da família Rutaceae, conhecida por seu aroma forte e característico.
Originou-se na região do Mediterrâneo e é cultivada há séculos por suas propriedades medicinais, sendo também utilizada em rituais religiosos e culturais.
Distribuição e Habitat
Nativa do sul da Europa e do Mediterrâneo, a arruda adaptou-se bem ao clima brasileiro, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.
Desenvolveu-se originalmente em solos pedregosos, secos e bem drenados, em áreas de clima mediterrâneo com verões quentes e invernos amenos.
Características Botânicas
Descrição morfológica
A arruda é um subarbusto perene que atinge entre 70 a 100 cm de altura, com caules lenhosos na base e herbáceos nas extremidades.
Suas folhas são alternas, compostas, divididas em segmentos obovados, de coloração verde-azulada e textura carnosa, contendo glândulas que liberam seu característico óleo essencial quando maceradas.
As flores são pequenas, de coloração amarelo-esverdeada, agrupadas em inflorescências terminais do tipo corimbo, com 4-5 pétalas e bordas onduladas.
Os frutos são cápsulas arredondadas com 4-5 lóbulos, contendo pequenas sementes escuras quando maduros.
Ciclo de vida e sazonalidade
A arruda é uma planta perene que pode viver por até 8 anos em condições favoráveis.
Floresce principalmente durante a primavera e verão (setembro a março no Brasil), podendo apresentar florações esparsas ao longo do ano em regiões mais quentes.
A colheita das folhas para fins medicinais deve ser realizada preferencialmente antes da floração, quando a concentração de princípios ativos está mais elevada.
A planta entra em relativa dormência durante o inverno, reduzindo seu crescimento vegetativo em temperaturas mais baixas.
Usos e Benefícios
Benefícios para a saúde
A arruda contém compostos como rutina, quercetina e diversos óleos essenciais com propriedades anti-inflamatórias e antiespasmódicas.
Tradicão cultural associa seu uso ao tratamento de problemas digestivos, cólicas menstruais e dores reumáticas, apesar de pesquisas científicas modernas apontarem riscos em sua utilização interna.
Merece atenção especial: o uso interno da arruda é contraindicado para gestantes, lactantes e crianças devido ao seu potencial abortivo e efeitos tóxicos quando consumida em quantidades inadequadas.
Recomenda-se sempre consultar um profissional de saúde antes de utilizar qualquer preparação medicinal com esta planta.
Aplicações ornamentais e culturais
Utilizada como planta ornamental em jardins de ervas e de aromáticas, conferindo textura e cor interessantes à paisagem.
Em tradições culturais e religiosas, é empregada em rituais de proteção, purificação e benzeduras em diversas regiões do Brasil.
O óleo essencial de arruda é ocasionalmente utilizado na perfumaria e na composição de repelentes naturais de insetos.
Em algumas regiões, pequenos ramos são mantidos em residências por seu valor simbólico e cultural.
Cultivo e Produtividade
Requisitos de solo e clima
Desenvolvimento ótimo ocorre em solos bem drenados, leves, preferencialmente calcários ou arenosos, com pH entre 6,0 e 7,5.
A planta requer pleno sol para crescimento vigoroso e alta produção de óleos essenciais, tolerando mal áreas sombreadas.
Resistente à seca após estabelecida, a arruda não suporta solos encharcados que podem provocar amarelecimento das folhas e apodrecimento das raízes.
Temperaturas ideais entre 18°C e 28°C, sendo moderadamente resistente a geadas leves, principalmente plantas adultas e estabelecidas.
Produtividade por planta e por safra
Uma planta adulta bem estabelecida pode produzir entre 300g a 500g de folhas frescas por ano, quando adequadamente manejada.
Em cultivos comerciais com espaçamento de 50cm x 30cm, pode-se obter uma produtividade aproximada de 2 a 3 toneladas de massa verde por hectare/ano.
A primeira colheita significativa ocorre entre 4 e 6 meses após o plantio, com rendimento crescente nos anos subsequentes até o terceiro ano, quando a produtividade tende a estabilizar.
O rendimento de óleo essencial varia entre 0,2% e 0,4% do peso fresco, dependendo das condições de cultivo, época de colheita e método de extração.