Como adubar Cupuaçu?
Objetivo e Vantagens
A adubação adequada do cupuaçuzeiro é essencial para garantir crescimento vigoroso, resistência a doenças e alta produtividade.
Um programa de nutrição bem elaborado reduz o tempo para início da produção comercial, antecipando o retorno do investimento.
A correta nutrição mineral melhora a qualidade dos frutos, aumentando o teor de polpa e suas características organolépticas.
Plantios bem nutridos apresentam maior longevidade produtiva e melhor resposta a condições ambientais adversas como secas prolongadas.
O equilíbrio nutricional aumenta a eficiência no uso da água e nutrientes, reduzindo custos e impactos ambientais da produção.
Materiais e Ferramentas Necessárias
Fertilizantes minerais: ureia ou sulfato de amônio (N), superfosfato simples (P), cloreto de potássio (K) e FTE BR12 ou similar (micronutrientes).
Adubos orgânicos: esterco bovino curtido, composto orgânico, torta de mamona ou biofertilizantes líquidos.
Calcário dolomítico para correção da acidez do solo e fornecimento de cálcio e magnésio.
Balança para pesagem precisa dos fertilizantes e recipientes para armazenamento adequado.
Enxada, enxadão ou sulcador para abertura dos sulcos de adubação e incorporação dos fertilizantes.
Passo a Passo Detalhado
Preparação inicial
Realize análise de solo antes do plantio e a cada dois anos para monitorar a fertilidade e ajustar as recomendações de adubação.
Faça a calagem conforme recomendação da análise de solo, aplicando o calcário em área total e incorporando-o ao solo com antecedência mínima de 60 dias do plantio.
Prepare as covas (50x50x50cm) misturando à terra da superfície 10 litros de esterco curtido, 300g de superfosfato simples, 100g de cloreto de potássio e 50g de FTE BR12.
Aguarde pelo menos 15 dias após a preparação da cova para realizar o plantio, permitindo a estabilização química do solo e evitando danos às raízes das mudas.
Organize um cronograma de adubação considerando as fases fenológicas da planta e o regime pluviométrico local, concentrando aplicações no início e durante o período chuvoso.
Principais cuidados durante o processo
No primeiro ano após o plantio, aplique mensalmente 20g de NPK 10-10-10 por planta nos primeiros 6 meses, aumentando para 30g nos 6 meses seguintes.
No segundo ano, eleve as doses para 40g por planta de NPK 10-10-10, distribuídas em 4 aplicações trimestrais, complementando com 5 litros de esterco curtido por planta anualmente.
A partir do terceiro ano, quando a planta inicia a produção, adube com 100g de ureia, 120g de superfosfato simples e 80g de cloreto de potássio por planta, divididos em 3 aplicações anuais.
Aplique os fertilizantes em faixa circular (coroa) ao redor da planta, a uma distância de 20 a 30cm do tronco no primeiro ano, aumentando essa distância conforme o crescimento da copa.
Incorpore levemente os fertilizantes ao solo após a aplicação, evitando ferir as raízes superficiais, e mantenha a área irrigada em caso de estiagem após a adubação.
Cuidados Complementares
Realize adubações foliares complementares com micronutrientes (especialmente boro e zinco) durante a fase de florescimento e formação inicial dos frutos.
Mantenha a cobertura morta (mulching) na área de projeção da copa para conservar a umidade, fornecer nutrientes gradualmente e reduzir a competição com plantas invasoras.
Em solos com pH abaixo de 5,0, utilize fontes de nitrogênio menos acidificantes como nitrato de cálcio ou nitrato de amônio, em vez de ureia ou sulfato de amônio.
Monitore sinais de deficiência nutricional como amarelecimento entre as nervuras (magnésio), folhas novas pequenas e deformadas (boro) ou amarelecimento generalizado (nitrogênio).
Em áreas sujeitas a encharcamento, construa canteiros elevados e priorize adubos de liberação mais lenta para reduzir perdas por lixiviação.
Dicas de Otimização e Erros Comuns
Não aplique fertilizantes em solos muito secos – aguarde uma chuva ou faça irrigação prévia para melhorar a disponibilização dos nutrientes e evitar queima das raízes.
Evite o uso excessivo de nitrogênio, especialmente em plantas jovens, pois estimula crescimento vegetativo excessivo em detrimento do sistema radicular e da frutificação.
Não coloque fertilizantes em contato direto com o tronco ou raízes expostas, pois pode causar queimaduras e facilitar entrada de patógenos.
Lembre-se que o cupuaçuzeiro responde muito bem à adubação orgânica – não negligencie este componente fundamental para a saúde do solo e da planta.
Adapte as recomendações à realidade local, considerando textura do solo, regime pluviométrico e sistema de cultivo (monocultivo ou sistema agroflorestal).