Como adubar Romã?
Objetivo e Vantagens
A adubação correta da romãzeira promove crescimento vigoroso, maior resistência a pragas e doenças, e aumenta significativamente a produtividade e qualidade dos frutos.
O fornecimento equilibrado de nutrientes durante todo o ciclo produtivo garante frutos maiores, com melhor coloração, maior teor de açúcares e compostos antioxidantes.
A utilização de técnicas adequadas de adubação reduz o desperdício de fertilizantes, minimizando custos de produção e impactos ambientais negativos.
A correção de deficiências nutricionais específicas através de adubação foliar complementar proporciona respostas rápidas em momentos críticos do desenvolvimento.
Plantas bem nutridas apresentam maior longevidade produtiva, reduzindo a necessidade de replantio e aumentando o retorno econômico do pomar ao longo dos anos.
Materiais e Ferramentas Necessárias
Insumos básicos para adubação do solo:
- Calcário dolomítico (para correção do pH e fornecimento de cálcio e magnésio)
- Composto orgânico ou esterco bovino/aviário bem curtido
- Fertilizante NPK formulado conforme análise de solo (ex: 10-10-10, 20-05-20)
- Superfosfato simples (fonte de fósforo e enxofre)
- Cloreto de potássio ou sulfato de potássio
- FTE BR-12 ou outro mix de micronutrientes
Para adubação foliar complementar:
- Fertilizantes foliares solúveis ricos em zinco, boro e manganês
- Produtos à base de aminoácidos para períodos de estresse
- Pulverizador costal ou tratorizado com ponta adequada
Ferramentas:
- Balança para pesagem dos fertilizantes
- Enxada ou enxadão para incorporação
- Recipientes para medição
- EPI completo (luvas, máscara, óculos de proteção)
Passo a Passo Detalhado
Preparação inicial
Realize análise de solo antes do plantio e, posteriormente, a cada dois anos para ajustes no programa de adubação.
Corrija a acidez do solo com calcário dolomítico conforme recomendação da análise, aplicando-o com antecedência mínima de 90 dias do plantio.
Defina o programa de adubação considerando:
- Resultado da análise de solo
- Idade das plantas
- Produtividade esperada
- Histórico da área
Para o plantio, prepare covas de 60 x 60 x 60 cm incorporando:
- 20 litros de composto orgânico ou esterco bem curtido
- 500g de superfosfato simples
- 200g de FTE BR-12
- Calcário conforme análise do solo
Principais cuidados durante o processo
Adubação de formação (1º ao 3º ano):
Primeiro ano:
- 30 dias após o plantio: 50g de sulfato de amônio
- 60 dias após: 50g de NPK 20-05-20
- 90 dias após: 50g de sulfato de amônio
- 120 dias após: 50g de NPK 20-05-20
Segundo ano:
- Início da brotação (agosto/setembro): 150g de NPK 10-10-10
- Após floração (novembro/dezembro): 100g de NPK 20-05-20
- Após colheita (março/abril): 100g de superfosfato simples + 50g de cloreto de potássio
Terceiro ano:
- Início da brotação: 250g de NPK 10-10-10
- Após floração: 150g de NPK 20-05-20
- Após colheita: 150g de superfosfato simples + 100g de cloreto de potássio
Adubação de produção (4º ano em diante):
- Início da brotação: 350-500g de NPK 10-10-10
- Após floração: 250-300g de NPK 20-05-20
- Após colheita: 200g de superfosfato simples + 150g de cloreto de potássio
Adubação orgânica complementar:
- Aplicação anual de 20-30 litros de composto orgânico ou esterco curtido por planta, distribuído em toda a projeção da copa no início da estação chuvosa
Cuidados Complementares
A aplicação de fertilizantes deve ser feita em círculo ao redor da planta, na projeção da copa, evitando contato direto com o tronco.
Todas as adubações devem ser seguidas de irrigação leve ou realizadas em períodos úmidos para melhor aproveitamento dos nutrientes.
Adubação foliar complementar em momentos específicos:
- Pré-floração: boro (0,3%) e zinco (0,5%) para melhorar polinização e vingamento dos frutos
- Desenvolvimento dos frutos: cálcio (0,5%) para aumentar firmeza e resistência da casca
- Pós-colheita: aminoácidos e micronutrientes para recuperação da planta
Monitore sintomas de deficiências nutricionais:
- Nitrogênio: amarelecimento generalizado das folhas mais velhas
- Fósforo: folhas com coloração arroxeada nas bordas
- Potássio: necrose nas bordas das folhas mais velhas
- Magnésio: amarelecimento entre as nervuras das folhas
- Ferro: clorose internerval nas folhas mais novas
Dicas de Otimização e Erros Comuns
Erro comum: aplicação de quantidades excessivas de nitrogênio, que estimula crescimento vegetativo exagerado em detrimento da frutificação.
O parcelamento da adubação nitrogenada e potássica em 3-4 aplicações anuais melhora a eficiência de utilização e reduz perdas por lixiviação.
Em solos arenosos, prefira sulfato de potássio ao invés de cloreto de potássio, e aumente a frequência de aplicação com doses menores.
Utilize cobertura morta (mulch) ao redor das plantas para conservar umidade, reduzir temperatura do solo e fornecer nutrientes gradualmente através da decomposição do material orgânico.
Em pomares orgânicos, substitua adubos químicos por equivalentes naturais como farinha de ossos (fósforo), cinzas de madeira (potássio), torta de mamona (nitrogênio) e compostos orgânicos diversos, aumentando as dosagens em 20-30% em relação aos fertilizantes convencionais.