Como adubar Pitaya?
Objetivo e Vantagens
A adubação adequada da pitaya visa fornecer os nutrientes necessários nas quantidades e épocas corretas para maximizar o crescimento e a produção de frutos.
Promove o equilíbrio nutricional da planta, aumentando sua resistência a pragas e doenças.
Melhora a qualidade dos frutos em termos de tamanho, sabor, coloração e teor de sólidos solúveis (°Brix).
Otimiza o investimento em fertilizantes ao aplicá-los de acordo com as necessidades específicas da cultura em cada fase fenológica.
Reduz o impacto ambiental por meio do uso racional de insumos, evitando excesso de nutrientes que podem lixiviar para o lençol freático.
Materiais e Ferramentas Necessárias
Análise de solo atualizada (realizada preferencialmente a cada 2 anos).
Análise foliar (recomendada anualmente para ajustes finos na adubação).
Fertilizantes minerais: fontes de nitrogênio (ureia, sulfato de amônio), fósforo (superfosfato simples ou triplo), potássio (cloreto ou sulfato de potássio) e micronutrientes (FTE BR12 ou similar).
Adubos orgânicos: esterco bovino curtido, composto orgânico, húmus de minhoca ou torta de mamona.
Calcário dolomítico para correção do pH e fornecimento de cálcio e magnésio.
Balança para pesagem precisa dos fertilizantes.
Adubos foliares complementares, especialmente com cálcio, boro e zinco para a fase de floração e frutificação.
Regador, enxada ou aplicador de fertilizantes para distribuição homogênea.
Passo a Passo Detalhado
Preparação inicial
Realizar análise de solo 60-90 dias antes do plantio para determinar necessidades de correção e adubação.
Aplicar calcário dolomítico conforme recomendação da análise, incorporando-o ao solo com antecedência mínima de 60 dias do plantio (200-500g por cova é comum em solos ácidos).
Preparar covas de 50x50x50 cm, misturando à terra: 3-5 kg de esterco bovino curtido, 200g de superfosfato simples, 50g de cloreto de potássio e 50g de FTE BR12.
Deixar a cova preparada descansar por 15-30 dias antes do plantio para estabilização química.
Caso necessário, corrigir o pH para 5,5-6,5, faixa ideal para disponibilidade de nutrientes para a pitaya.
Principais cuidados durante o processo
Adubação de plantio: aplicar 3-5 kg de matéria orgânica, 200g de superfosfato simples, 50g de cloreto de potássio e 50g de FTE BR12 por cova.
Adubação de crescimento (1º ano): iniciar 30 dias após o plantio, aplicando mensalmente 30g de NPK 20-05-20 por planta, aumentando gradualmente até 50g aos 6 meses.
Adubação de produção (a partir do 2º ano): dividir em 4-6 aplicações anuais, concentrando nitrogênio no período vegetativo (antes da floração) e potássio na fase de floração e frutificação.
Quantidades para plantas em produção: 30-50g de N, 30-60g de P2O5 e 40-80g de K2O por planta/ano, divididos nas aplicações, aumentando conforme a idade da planta.
Aplicar os fertilizantes em círculo, 20-30 cm distante do caule, aumentando este raio conforme a planta cresce, e sempre seguido de irrigação leve para incorporação.
Cuidados Complementares
Evitar a aplicação de fertilizantes em períodos muito secos ou em solo muito úmido (encharcado).
Manter cobertura morta (mulching) na projeção da copa para conservar umidade e reduzir variações de temperatura no solo.
Realizar adubações foliares complementares a cada 30-45 dias, especialmente com cálcio e boro durante a floração e formação de frutos.
Em solos arenosos, dividir a adubação em mais parcelas (6-8 por ano) para reduzir perdas por lixiviação.
Aplicar 2-3 kg de matéria orgânica por planta anualmente, preferencialmente no início do período chuvoso.
Dicas de Otimização e Erros Comuns
O excesso de nitrogênio promove crescimento vegetativo exagerado em detrimento da produção de frutos; equilibre a relação N:K durante o ciclo produtivo.
A deficiência de cálcio e boro pode causar deformações nos frutos; aplicações foliares preventivas são recomendadas.
Observe sinais de deficiência nutricional: amarelecimento generalizado (N), arroxeamento dos caules (P), necrose nas bordas dos caules (K), deformações nas brotações novas (Ca e B).
Erro comum: adubação sem considerar análise de solo, resultando em desequilíbrios nutricionais que afetam produtividade e qualidade.
Outro erro frequente é a aplicação de fertilizantes muito próximos ao caule, podendo causar queimaduras nas raízes superficiais.
Em sistemas orgânicos, utilize bokashi, compostos biodinâmicos ou biofertilizantes líquidos como alternativa aos fertilizantes minerais, aplicando em maiores quantidades e com maior frequência.