Como adubar Alface?
Objetivo e Vantagens
A adubação adequada da alface visa fornecer os nutrientes necessários nos momentos certos do desenvolvimento, resultando em plantas vigorosas e produtivas.
Uma nutrição equilibrada promove maior resistência a pragas e doenças, reduzindo a necessidade de controles fitossanitários.
Permite o desenvolvimento de plantas com melhor sabor, textura, valor nutricional e maior durabilidade pós-colheita.
Quando feita corretamente, a adubação otimiza o investimento do produtor, evitando desperdícios com excesso de fertilizantes ou perdas por deficiências nutricionais.
Materiais e Ferramentas Necessárias
Adubo orgânico bem curtido: composto, húmus de minhoca ou esterco bovino curtido (aproximadamente 3-5 kg/m²).
Calcário dolomítico para correção da acidez do solo (quantidade conforme análise de solo, geralmente 100-300g/m²).
Adubos minerais complementares, como NPK 4-14-8 ou similar, para cultivo convencional, ou fosfatos naturais e cinzas para cultivo orgânico.
Ferramentas: enxada para incorporação, regador para adubos líquidos, balança para dosagem e EPI básico (luvas, máscara) para manuseio de corretivos e adubos.
Passo a Passo Detalhado
Preparação inicial
Realize análise de solo para determinar com precisão as necessidades de correção e adubação, especialmente em áreas novas ou com problemas recorrentes.
Aplique calcário dolomítico conforme recomendação técnica, com antecedência mínima de 30 dias do plantio para permitir a reação completa no solo.
Prepare os canteiros incorporando o adubo orgânico bem curtido (3-5 kg/m²) homogeneamente nos primeiros 15-20 cm do solo.
Em solos muito arenosos ou pobres em matéria orgânica, aumente a dosagem de composto orgânico para até 8 kg/m² e considere o uso de condicionadores como vermiculita.
Principais cuidados durante o processo
Na adubação de plantio, aplique nos sulcos ou covas cerca de 30g/m² de NPK 4-14-8 (ou outro com fórmula semelhante rica em fósforo) misturando bem ao solo.
No sistema orgânico, utilize 100g/m² de fosfato natural, 50g/m² de cinzas de madeira e 500g/m² adicional de composto orgânico em substituição aos adubos químicos.
Evite o contato direto de qualquer adubo com as raízes das mudas no momento do transplante para prevenir queimaduras por salinização.
Aguarde de 3 a 5 dias após o transplante antes de iniciar as adubações de cobertura para permitir que as mudas se estabeleçam.
Cuidados Complementares
Realize adubações de cobertura a cada 15 dias, aplicando 15g/m² de nitrogênio (aproximadamente 30g/m² de ureia ou 1,5L/m² de biofertilizante diluído a 10% em cultivos orgânicos).
Logo após a aplicação de adubos em cobertura, faça uma irrigação leve para incorporá-los ao solo e evitar perdas por volatilização.
Em sistemas hidropônicos ou semi-hidropônicos, utilize solução nutritiva específica para alface, mantendo a condutividade elétrica entre 1,0 e 1,4 mS/cm e pH entre 5,8 e 6,2.
Monitore as plantas regularmente para identificar sintomas de deficiências ou excessos nutricionais, como amarelecimento das folhas (deficiência de nitrogênio) ou queima das bordas (excesso de sais).
Dicas de Otimização e Erros Comuns
Para melhorar a eficiência da adubação, utilize cobertura morta (mulching) que, além de conservar umidade, reduz a lixiviação de nutrientes e libera nutrientes gradualmente.
Em períodos chuvosos, divida a adubação de cobertura em aplicações menores e mais frequentes para evitar perdas por lixiviação.
Erro comum: excesso de nitrogênio, que resulta em plantas com muitas folhas mas com tecidos frágeis e mais suscetíveis a pragas e doenças - siga sempre as dosagens recomendadas.
Erro comum: aplicação tardia de calcário (menos de 30 dias antes do plantio), resultando em pH inadequado durante o ciclo da cultura - faça o planejamento adequado da calagem.