Como podar Lavanda?
Objetivo e Vantagens
A poda adequada da Lavanda estimula o desenvolvimento de uma estrutura compacta e arbustiva, evitando o crescimento desorganizado e o aspecto pernalta
comum em plantas não podadas.
Contribui significativamente para aumentar a longevidade produtiva, podendo estender a vida útil da planta de 5-6 anos para 10-12 anos com manejo correto.
Promove maior ramificação lateral, resultando em aumento expressivo na produção de hastes florais e, consequentemente, maior rendimento de óleos essenciais.
Previne o acúmulo de material lenhoso improdutivo, reduzindo a incidência de doenças fúngicas e o ataque de pragas que se abrigam em partes envelhecidas da planta.
Materiais e Ferramentas Necessárias
Tesoura de poda manual afiada e limpa, preferencialmente com lâminas curvas para cortes precisos em hastes de diferentes diâmetros.
Tesoura de poda longa (tipo bypass) para alcançar o interior dos arbustos mais desenvolvidos sem danificar a estrutura externa.
Álcool 70% ou solução de hipoclorito de sódio a 2% para desinfecção das ferramentas entre plantas.
Luvas de jardinagem resistentes para proteção contra os caules lenhosos e os óleos essenciais que podem irritar a pele sensível.
Baldes ou cestas para coleta do material podado, separando hastes florais para aproveitamento e material lenhoso para descarte.
Cicatrizante à base de cobre para aplicação em cortes mais severos, especialmente em podas de rejuvenescimento.
Passo a Passo Detalhado
Preparação inicial
Desinfete todas as ferramentas de poda com álcool 70% ou solução de hipoclorito a 2%, repetindo o processo ao passar de uma planta para outra para evitar contaminação cruzada.
Escolha o momento adequado para cada tipo de poda: formativa no início da primavera, de manutenção logo após a floração e de rejuvenescimento no final do inverno.
Avalie visualmente cada planta para identificar hastes secas, danificadas ou doentes que devem ser priorizadas na remoção.
Planeje a poda considerando a arquitetura natural da planta, visando manter formato arredondado ou ligeiramente arredondado no topo.
Realize a poda preferencialmente em dias secos com baixa umidade relativa do ar para facilitar a cicatrização dos cortes e reduzir riscos de infecções.
Principais cuidados durante o processo
Poda de formação: Em plantas jovens (primeiro ano), remova o ápice principal quando atingir 15-20 cm para estimular brotação lateral, repetindo o processo nos ramos secundários quando atingirem 10-15 cm.
Poda de manutenção: Após cada ciclo de floração, corte as hastes florais logo acima do primeiro par de brotações ou folhas verdes, aproximadamente 5-7 cm acima da base lenhosa.
Poda de rejuvenescimento: Em plantas com mais de 3-4 anos, reduza o volume total em até 1/3, cortando ramos lenhosos improdutivos até encontrar tecido verde, nunca podando na madeira velha onde não há gemas visíveis.
Mantenha sempre um formato abaulado ou ligeiramente cônico após a poda, evitando topos planos onde pode acumular água.
Realize cortes limpos em ângulo de 45°, sempre acima de uma gema ou nó, direcionando o ângulo do corte no sentido oposto à gema para evitar acúmulo de água.
Cuidados Complementares
Após podas intensas ou de rejuvenescimento, reduza a irrigação por 7-10 dias para diminuir o estresse hídrico e favorecer a cicatrização dos cortes.
Aplique uma leve adubação com fertilizante rico em fósforo e potássio (NPK 4-14-8) três semanas após a poda para estimular nova brotação, evitando excesso de nitrogênio.
Monitore a rebrota nas semanas seguintes à poda, observando possíveis sinais de estresse, doenças ou ataques de pragas que aproveitam a vulnerabilidade temporária da planta.
Remova continuamente pequenos brotos que surgirem na base da planta (na região da coroa) para evitar competição e manter os nutrientes direcionados aos ramos principais.
Controle ervas daninhas que podem se estabelecer após a poda devido ao aumento da incidência luminosa no solo ao redor das plantas.
Dicas de Otimização e Erros Comuns
Evite o erro frequente de podar tardiamente no outono, pois os novos brotos ficarão vulneráveis ao frio do inverno e podem não sobreviver em regiões mais frias.
Nunca realize poda drástica em plantas enfraquecidas ou em períodos de estresse hídrico ou térmico, pois a capacidade de recuperação será comprometida.
Em cultivares de lavanda mais sensíveis como L. dentata e L. stoechas, adote podas mais leves (máximo 25% do volume), enquanto L. angustifolia e híbridos como Lavandin toleram podas mais intensas.
Evite deixar tocos desfolhados após a poda, pois esses segmentos sem folhas geralmente morrem e servem como porta de entrada para patógenos.
Não negligencie a poda anual pensando em preservar a planta, pois a ausência de poda resulta em crescimento desequilibrado com excesso de material lenhoso e pouca produção floral.